quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Entrevista exclusiva com Angello Junior vocalista da Ironbound


Entrevista com Angello Junior, vocalista da Ironbound (Thrash Metal/Crossover – Alagoinhas)
Entrevistado por: Stanley Serravalle
Estamos aqui com Angello Junior, vocalista da Ironbound, banda de Thrash Metal/Crossover da cidade de Alagoinhas fazendo a primeira entrevista do ano de 2013. Teremos um lançamento pela frente e mais algumas novidades e outras coisas serão abordadas nesta entrevista.

00.Stanley Serravalle_, primeiramente: Feliz ano novo!

R.Angello Junior_Porra, irmão! Feliz Ano Novo pra você também! Que 2013 venha com boas expectativas e realizações para nós todos e energia positiva é uma coisa importante para começarmos mais um ano bem, e pelo que vejo 2013 promete ser excelente!

1-Stanley Serravalle_, quando a Ironbound foi formada e qual o intuito de vocês, integrantes da banda terem unido forças pra fazer um som calcado no Thrash/Crossover?

R.Angello Junior_O embrião da Ironbound remete ao segundo semestre de 2010. Entre os meses de Março e Agosto, eu, Kenion (guitarra) e Raul (bateria) nos reunimos e começamos a trabalhar em um projeto voltado à sonoridade de bandas que compuseram a então chamada NWOBHM. Na época, o foco já era o trabalho autoral, e chegamos a compor cerca de dez músicas. 
No entanto, não conseguimos estabilizar um baixista na formação, e o projeto começou a perder força já no final daquele ano. Foi aí que decidimos recuperar algumas composições que havíamos arquivado anos antes, e iniciar um novo projeto. ‘Máquina da Morte’ e ‘One More Beer’ foram as primeiras que trouxemos de volta, e logo percebemos que, se nos empenhássemos em trabalhá-las, poderíamos obter bons resultados, inclusive escrevendo novos temas. 
Pouco tempo depois, mais ou menos em Dezembro daquele ano, tivemos a sorte de efetivar Daniel e André respectivamente como guitarrista e baixista, e o fato desta formação ter se mantido estável durante estes dois anos é motivador, principalmente para que possamos dar seqüência ao nosso trabalho. Quanto ao nosso intuito ao unir forças para manter a barulhenta máquina sonora funcionando, acho que é poder fazer algo do qual gostamos, e aproveitar para transmitir a nossa mensagem através da nossa música.
 Compactuamos do mesmo apreço pelo Heavy Metal, especialmente pelo Thrash e pelo Crossover, e essa afinidade foi importante para que tivéssemos a certeza do que pretendíamos fazer, que é tentar realizar um trabalho baseado naquilo que compartilhamos em termos de preferências musicais, e fazê-lo da forma mais franca e natural possível.  

2-Stanley Serravalle_Alguns de vocês também estão envolvidos com a organização do Morte Súbita na cidade de Alagoinhas. Como é ser integrante de banda e estar no estaff do evento ao mesmo tempo? Pois todos sabem como é difícil organizar e manter um evento periodicamente aqui na Bahia.

R.Angello Junior_As dificuldades existem, sobretudo, porque é preciso saber gerenciar o tempo, saber empregar esforço às duas coisas sem que nenhuma delas seja de alguma maneira prejudicada. O Morte Súbita representou, para nós, um importante passo para que Alagoinhas voltasse a ter alguma representatividade na cena do Metal baiano, pois as coisas andavam paradas por aqui há bastante tempo. 
Foram quatro edições realizadas em 2012, uma a cada dois meses, em que pudemos não somente receber grandes bandas de cidades circunvizinhas, mas principalmente fomentar no headbanger local o desejo de sair de casa e ir aos shows, prestigiar as bandas e adquirir material. Além disso, a interação entre os headbangers locais aumentou bastante, hoje percebemos que existe uma comunicação maior entre eles para saber sobre novidades, compartilhar material e programarem viagens para outros eventos na região. 
Fazendo um balanço tanto destas quatro edições, quanto com o trabalho junto à Ironbound, não tenho dúvidas de que o saldo foi positivo, e a interação e o apoio mútuo entre público e bandas foi fundamental. Fico satisfeito ao saber que temos a Ímpios e a Epidemic Terror trabalhando a todo vapor para manter a bandeira erguida na nossa cidade, e mais ainda ao saber que o público apóia as bandas.   


3-Stanley Serravalle_Saiu uma resenha no Whiplash sobre os dois EP’s da banda (Máquina da Morte e Unidos pelo Ódio). Como foi a reação da banda diante dos comentários - a maioria, positivos - do autor da resenha?

R.Angello Junior_A reação foi extremamente positiva, tanto por parte da banda, quanto por parte do público que nos acompanha! Obviamente que sabemos das facilidades que a Internet oferece a quem queira publicar quaisquer conteúdos, mas o que realmente nos deixou satisfeitos foi o interesse que o autor da resenha, Christiano K.O.D.A., demonstrou, em redigir e publicar um texto sobre os nossos dois EP’s. Daniel (guitarrista) o conheceu através das redes sociais, e desde então manteve contato, enviando nosso material para que o mesmo pudesse ouvir e conhecer um pouco da nossa proposta. Porém, para nossa surpresa, o cara nos enviou uma mensagem elogiando as oito faixas, e propondo a publicação de uma resenha no site Whiplash! 
Para muitas bandas pode parecer insignificante ter um parecer sobre seu trabalho publicado na rede, mas nós ficamos honrados e, obviamente, felizes por termos despertado a atenção de um profissional da imprensa, um cara que tem respaldo e que conhece bem o que faz – sobretudo o que escreve. Aprovamos a resenha e os pontos de vista explanados por Christiano, e buscamos trabalhar os pontos fracos por ele comentados, sobretudo a parte vocal, a que tenho me empenhado em melhorar, agregando novas alternativas para explorar o meu timbre sem que necessariamente precise mudar o meu estilo de cantar. 
Aproveito novamente para agradecer ao Christiano, com quem ainda mantemos contato! Recentemente, o mesmo foi o responsável pela publicação da resenha sobre a demo ‘Império da Morte’, da Ímpios, na Revista Roadie Crew (Ed. 166, Novembro/2012). Então, não tem como não sermos gratos a ele, o cara chegou junto e nos apoiou em 100%!

4- Stanley Serravalle_Com toda essa reação positiva do público e da crítica, quando teremos uma turnê da Ironbound?

R.Angello Junior_Falar em turnê nos moldes que conhecemos, que é cair definitivamente na estrada por um período de tempo, é algo que ainda não planejamos. Precisaríamos nos programar pessoal e financeiramente, uma vez que teríamos necessariamente que fazer uma pausa nas nossas atividades individuais e extra-banda. Estou certo de que seria uma boa oportunidade para firmar novos contatos e parcerias. 
Ao longo do ano de 2012 nos esforçamos para marcar presença no maior número de cidades da região, e apesar de não termos feito uma turnê propriamente dita, conseguimos alcançar localidades próximas e fomos muito bem recebidos. Somos gratos a todos os parceiros que nos deram estas oportunidades. 

5- Stanley Serravalle_Em outras ocasiões, nós conversamos sobre o novo registro da Ironbound, que se chamará “Mercadores da Dizimação”. Como foi e quando começaram os processos de composição, pré-produção, gravação e as ideias para a arte gráfica?

R.Angello Junior_Iniciamos a pré-produção deste novo EP por volta de Março do ano passado. Já tínhamos a estrutura da maioria das músicas, inclusive algumas já vínhamos apresentando em shows. Ocorre que, com a pré-produção, naturalmente pudemos trabalhar melhor cada detalhe das músicas, e ao mesmo tempo em que isso nos beneficiou – uma vez que conseguimos fazer com que as mesmas soassem mais próximas daquilo que pretendíamos – também fez com que o processo fosse mais demorado. 
Em Alagoinhas sofremos com a carência de estúdios onde as bandas possam gravar seu material, e esse fato também contribuiu para o atraso no lançamento de Mercadores da Dizimação, porque Lucas, nosso amigo de velha data e responsável pela produção e gravação, tem uma grande demanda para atender, motivo que, por diversas vezes, provocou adiamentos nas sessões de gravação. O registro está quase finalizado, restando somente uma faixa para ser concluída. Desta vez serão cinco músicas, e existe a possibilidade de incluirmos material gravado ao vivo ou versões capturadas em ensaios. 
Alguns temas novamente foram compostos tendo como referência documentários e filmes que abordam a política armamentista norte-americana. Também teremos uma faixa que é uma espécie de tributo que compusemos em homenagem ao Tankard. 
Particularmente, acho que este EP representa uma progressão natural do anterior, Unidos Pelo Ódio, tendo como diferencial o fato de que as músicas apresentam estruturas mais dinâmicas. Quanto à ilustração da capa, concebi toda ideia a partir do tema que abordo em algumas das letras, que é a espetacularização da guerra pela mídia. 
Tive a sorte de poder contar com a ajuda de uma talentosa amiga, que concordou em transformar a ideia em desenho. Acredito que nos próximos dias estaremos disponibilizando, na Internet, uma faixa deste novo trabalho, para que os nossos amigos e apoiadores possam conferir enquanto aguardam pelo lançamento do material na íntegra. 
Capa do 3º Ep "Mercadores da Dizimação" a ser lançado no 1º semestre de 2013
6-Stanley Serravalle_ Recentemente, após alguns ataques à Ironbound, li uma nota publicada por você e outra publicada pelo André (Fiscina, baixista) em que vocês esclareciam uma situação sobre terem dividido palco com uma banda de cunho evangélico. Poderia nos explicar o que realmente aconteceu?

R.Angello Junior_Sem dúvida esta tem sido uma situação com a qual nas últimas semanas temos lutado a fim de esclarecer as muitas informações que foram propositadamente disseminadas de forma manipulada por uma pessoa com a qual jamais tivemos contato. Começou com algumas postagens de cunho depreciativo, publicadas no Facebook através de textos caluniosos e, principalmente, mentirosos. 
A princípio, quando fiquei sabendo, não dei muita atenção, porque, sinceramente, não faço parte de nenhum clube de fofoca; eu acordo todos os dias disposto a me dedicar às minhas responsabilidades e afazeres cotidianos, tenho um trabalho de redator freelancer que me mantém ocupado, então julguei que não valeria a pena sacrificar parte deste tempo para escrever uma nota sobre o assunto. Estando seguro e consciente da nossa proposta e das nossas convicções, encarei aqueles ataques como manifestações juvenis vomitadas por algum acéfalo. Alguns leais amigos me avisaram que os ataques começavam a ser dirigidos não somente à Ironbound, mas também ao Morte Súbita e seu público. 
Quando André escreveu e publicou uma nota pessoal sobre os boatos, achei que era o momento certo para soltar um comunicado em nome da Ironbound, a fim de convergir forças em defesa da mesma, e evidenciar a nossa postura enquanto banda, que, aliás, não têm absolutamente nada a ver com qualquer apologia à religião ou apoio a bandas que se dediquem a explorar e disseminar ideias ou dogmas religiosos. Estamos aqui para confrontar e questionar sistemas dissimulados, corporações repugnantes e instituições artificiosas, incluindo aí a própria religião e a sua asquerosa pluralidade. 
O fato é que, quando se tem uma banda em início de trabalho, desprovida de contatos e talvez da experiência necessária para analisar os convites que lhe são feitos, algumas circunstâncias podem ser mal interpretadas e convertidas em intrigas por pessoas desprovidas de bom senso e da necessária capacidade de discernimento. Passamos por situações em que recusamos convites suspeitos para eventos de caráter duvidosos; em outras, tivemos o nome e até o logotipo da banda inserido, de forma não autorizada, em flyers e cartazes de eventos dos quais sequer tínhamos conhecimento. 
Acho que, de uma forma ou de outra, são eventualidades que ocorrem com algumas bandas, e com as quais elas precisam lidar, ou pelo menos aprender a lidar. O evento abordado e utilizado como principal argumento depreciativo nos ataques à Ironbound é o Rock & Roots, ocorrido em Pojuca em meados de 2011, e que consistiu em uma espécie de festival, reunindo cerca de vinte bandas. Aceitamos participar porque, a princípio, a proposta que chegou até nós mencionava que o evento seria algo desprendido e livre de quaisquer alianças políticas e religiosas. Veja, foram cerca de vinte bandas escaladas num único dia, e nós não tivemos a malícia de checar a origem e proposta de cada uma delas. 

Confiamos nas informações passadas pelos organizadores, que garantiram a seriedade do evento, então fomos até lá para fazer a nossa parte. Quando chegamos, percebemos que a programação de shows já tinha sido iniciada, e deduzimos que algumas bandas já haviam se apresentado. Durante o tempo em que lá estivemos, aguardando o horário de subirmos ao palco, não fomos avisados de que uma das bandas que havia se apresentado antes da nossa chegada era uma destas bandas evangélicas. Ficamos sabendo disso somente no dia seguinte, através de comentários pós-evento, postados nas redes sociais. É óbvio que cometemos um erro ao não verificar com maior cuidado a grade de bandas escaladas, mas o que acontece é que os fatos têm sido relatados de forma distorcida no Facebook, e o sujeito continua manipulando as informações com a finalidade única de ultrajar e manchar a reputação da Ironbound e da nossa cidade. 
Sabemos do valor e do caráter do nosso trabalho, temos a dimensão exata dos nossos esforços para realizá-lo, então não abaixaremos a cabeça diante de um fato isolado como foi o que sucedeu em Pojuca, e muito menos diante de tretas maquinadas por quem quer que seja. Falsos, frustrados e imbecis sempre estiveram e estarão infiltrados entre os reais apoiadores. Estes parasitas são os mesmos que vão aos shows e barganham o preço da entrada a fim de conseguirem acesso gratuito; são os mesmos que reclamam do preço cobrado pelo material das bandas, recusando-se a pagar.

Não contribuem com nada que possa ser considerado construtivo muito menos produtivo. Felizmente, estes vermes não pagam as contas da Ironbound, então seguiremos firmes, temos autonomia para isso, e temos o apoio de parceiros e reais apreciadores do nosso som. 
Estamos aqui pela música, desde sempre nos propomos a atuar como uma banda, não como uma gangue, ou como um tribunal. Nossa luta certamente envolve questões e causas que vão além da vil imaginação de alguns que se ocupam exclusivamente da proliferação da discórdia.


7-Stanley Serravalle_ Angello, meu caro, muito obrigado por nos ceder essa entrevista e nos receber com total disposição. Estaremos aguardando ansiosamente o novo EP da Ironbound "Mercadores da Dizimação". Deixe aqui suas palavras aos leitores do Bahia Rock Machine, fique à vontade!

R.Angello Junior_É sempre uma grande honra conversar com amigos e apoiadores, então, antes de mais nada, agradeço a você, Stanley, por conduzir este bate-papo! O trabalho realizado pelo administrador do blog Bahia Rock Machine também merece todas as honrarias, por isso os parabenizo pela excelente iniciativa, por todo o empenho e dedicação às bandas Rock/Metal da Bahia. 
Em nome da Ironbound, deixo aqui o nosso muito obrigado a Guilherme Neto por ter nos concedido este espaço, para nós é e será sempre uma satisfação poder colaborar, de alguma maneira, com o blog! Àqueles que nos acompanham, entendem e apóiam a nossa proposta, mais uma vez obrigado!
 Permaneçam firmes daí, porque daqui manteremos o trabalho com entusiasmo! Fiquem atentos, porque dentro de alguns dias disponibilizaremos o primeiro single do nosso novo EP, Mercadores da Dizimação. Novidades para o Morte Súbita em breve! “Keep On Thrashin’!!“



Um comentário:

Mad Dog disse...

Todo sucesso a essa banda de qualidade que é a Ironbound! Não tenho dúvidas esses karas vão longe!

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