domingo, 29 de julho de 2012

Rock Baiano: História de uma Cultura Subterrânea

O novo rock abriu espaço para o surgimento de uma categoria profissional que por sua vez, se esforçou para confirmar a seriedade da música pop: o crítico de rock. Não por acaso, o livro de Ednilson Sacramento contando parte da história do rock baiano é uma das confirmações que devemos continuar essa jornada. Leia a seguir um trecho do livro e faça o download do E-Book completo logo mais a baixo!
“A obra de Raul Seixas é única no mundo inteiro. A qualquer tempo, ele sempre estará atual. É o que nos faltava para compreendermos aquilo que não compreendíamos”.
Sylvio Passos, Raul Rock Club/SP Com dezenas de estudos honrosos acerca de sua obra e vida, o nome Raul Seixas não aparece aqui com o destaque à altura do seu legado, apenasaludimos uma abordagem limitada. Não é exaustivo afirmar que o papel do artista extrapola os limites físicos e palpáveis que lhe imputam. Não é muito dizer que o seu trabalho possui vários níveis de compreensão, mas a compressão de seus pensamentos pode ter sido utilizada por muitos para minimizar a profundidade da sua música - tornando-o multiinterpretável ou ignorado. Um pouco antes de sua morte, Raul Seixas comentava no programa “Ensaio Geral”, espaço memorável da Educadora FM, acerca do quase total desconhecimento da sua obra. Dizia Dom Raulzito: “Antes achavam que eu era paulista e não baiano, justamente por nunca ter pertencido ao grupo baiano, e a música era muito voltada para o ser humano, Inclusive, no disco “A Pedra do Gênesis” tem uma música que diz bem isso - A Lei _ ela promulga uma coisa que eu li no palco durante onze anos, a lei do homem, todo homem tem o direito de pensar o que quiser, de amar como quiser...”. Raul sempre sincronizou sua obra aos descaminhos e inquietudes de toda a existência; foi criatura e criador de questionamentos incessantes". Falar de Dom Raulzito é repetir o anseio de negação e recusa das amarras do homem moderno. Raul não foi contra tudo e contra todos. Foi a favor do homem. Que mais podemos querer desse poeta? Raul incluiu num de
seus últimos discos - “A Pedra do Gênesis”, de 1988 - uma canção do compositor Zé do Norte chamada “Lua Bonita”. Não tendo o costume de gravar músicas de outros compositores, o cantor foi feliz em inserir “Lua Bonita” e, num certo momento, comentava: “Essa música eu cantava ao vivo no Tereza Raquel, quando fazia a temporada de 73 e lançava “Ouro de Tolo”. Um dia, ele foi assistir ao show e não o deixaram entrar. Ele não tinha dinheiro para pagar o ingresso. Eu mandei ele entrar, ficou no camarim comigo e foi muito bacana ter conhecido Zé do Norte. A Pedra do Gênesis é meio místico e a lua sempre foi uma entidade mística: significa mulher, o oposto do sol, que é o homem. “Lua Bonita”, Zé do Norte fez quando tinha 14 anos de idade, em homenagem à lua porque ele se apaixonou por ela.

Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...