quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Ocultismo e Satanismo no Rock e Heavy Metal

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Desde suas raízes o rock sempre foi associado de uma forma ou de outra ao ocultismo. Mesmo quando não associado diretamente a adoração ao demônio o rock tem sido frequentemente acusado de incitar a rebeldia e despertar sentimentos violentos nos jovens. O objetivo desta página não é acusar o rock nem de maneira alguma denegrir a imagem das bandas aqui citadas. Interpreto os casos e temas aqui citados, mesmo que pareçam negativos, apenas como mais uma das facetas curiosas do rock.

O assunto desta página não é satanismo e não pense encontrar aqui nada além de meras curiosidades. As fontes de parte do material aqui contido são livros evangélicos norte-americanos de acusação ao rock, portanto espere encontrar, no meio do material, muitas bobagens e boatos que são citados apenas como curiosidade. Na maioria dos casos, quando se afirma algo como "ao girar um disco do Led Zeppelin ao inverso se ouvem mensagens satânicas" a interpretação correta deve ser "segundo alguns ao se girar um disco do Led Zeppelin ao inverso se ouvem mensagens satânicas". Para evitar repetição do termo "segundo alguns" ou coisas semelhantes os fatos são apenas citados como verdadeiros, mas em muitos casos não devem ser interpretados como tais.

Não serão muito abordados neste texto bandas declaramente satânicas ou bandas que abordam constantemente o tema. O assunto aqui é ocultismo, satanismo, religião, etc de bandas que não são normalmente consideradas deste tipo. Também não serão na maioria dos casos abordadas bandas obscuras.

Mais uma vez informo que o conteúdo desta página deve ser considerado apenas como curiosidades.

Os Motivos da Associação Frequente entre Rock e Satanismo

Quais seriam as razões das frequentes acusações de grupos, principalmente evangélicos, sobre a ligação entre rock e adoração ao demônio?

a) O rock de uma maneira geral prega a rebeldia contra os costumes vigentes e ataca o sistema vigente, incluindo a religião vigente. Esta anti-religião facilmente é confundida com uma religião anti-cristã.

b) O rock prega o hedonismo, o que é contrário à pregação das igrejas cristãs e frequentemente associado a satanismo. Na realidade o hedonismo, o gozo máximo dos prazeres terrenos (drogas, sexo) é realmente um dos princípios da maior parte das seitas satanistas.

c) O rock prega o individualismo, a vontade própria acima da vontade da maioria. Este é um outro ponto fundamental das seitas satanistas, sendo inclusive o resumo do pensamento do "satanista" inglês Aleister Crowley: "Faz o que tu queres, há de ser tudo da lei". Isso será melhor abordado adiante.

Devido fundamentalmente a estas três características o rock foi a início taxado de demoníaco. Com as acusações já existentes algumas bandas resolveram levar a polêmica adiante, propositalmente ou não. O maior motivo das acusações de satanismo nas duas últimas décadas se deve ao fato de muitos rock-stars terem adotado abertamente uma atitude (ou ao menos uma aparência) demoníaca, (como Kiss, Ozzy Osbourne, Alice Cooper, Wasp, etc) enquanto outros abordam com certa frequência o tema do oculto (Rolling Stones, Iron Maiden, Black Sabbath, AC/DC, etc). Este interesse em parecer demoníaco ou abordar temas demoníacos pode ser explicado facilmente por qualquer uma das seguintes alternativas:

a) Arte. Uma música que aborda o tema satanismo pode ser considerada apenas uma expressão artística sobre o tema, assim como um bom livro ou filme de terror.

b) Rebeldia. A abordagem de temas "proibidos" pode ser apenas mais uma maneira de chocar a sociedade conservadora. Além do mais o ser humano tem uma tendência a apreciar o que é proibido pela maioria.

c) Interesse pelo oculto, o que não implica obrigatoriamente em satanismo. O tema do oculto pode ser abordado apenas pelo fato de despertar interesse e não por despertar credos religiosos.

Algumas Bandas e Artistas Acusados de Satanismo

Robert Johnson - Artista de blues da década de 30 que influenciou direta ou indiretamente todo o cenário do rock. Robert Johnson dizia ter feito um pacto com o demônio em troca de sua musicalidade e do sucesso, tendo abordado este tema em suas músicas. O filme Crossroads (A Encruzilhada, com Ralph Machio, o garoto de Karate Kid) aborda superficialmente a história de Robert Johnson, que morreu envenenado por um marido traído.

Rolling Stones - A primeira banda a abordar o tema satanismo em suas letras com a música Simpathy For The Devil (Simpatia pelo Demônio) e o disco entitulado Their Satanics Majesties Request (Serviço de Sua Majestade Satânica). Além disso em diversos discos colocaram referências a satanismo ou vodoo, como nos álbuns Goats Head Soup (gravuras do encarte) e no álbum Voodo Lounge.

Beatles - Em seus últimos discos abordaram religiões orientais com frequência além de terem abusado do experimentalismo com drogas. John Lennon foi um estudioso do bruxo inglês Aleister Crowley. Crowley é uma das figuras presentes na capa do álbum Sgt Peppers.

Black Sabbath - A primeira banda a adotar abertamente uma temática e visual satânicos. O nome Black Sabbath é uma referência a encontros de feiticeiras. Seus álbuns são algumas vezes adornados com cruzes e demônios. Além disso muitas letras falam de Satan, como NIB e War Pigs.

Ozzy Osbourne - Ex-vocalista do Black Sabbath. Embora não tenha abordado profundamente em suas letras a temática satanista, desenvolveu um visual demoníaco, com maquiagem pesada e mesmo lentes de contato vermelha. A música Suicide Solution foi acusada de gerar suicidios de jovens.

Led Zeppelin - Com certeza a banda mais acusada de ter temas satanistas escondidos em suas letras gravados de tras para frente. O certo é que o guitarrista Jimmy Page foi um profundo estudioso do bruxo inglês Aleister Crowley, chegando a comprar a mansão deste. A morte do baterista John Bonhan e frequentes acidentes envolvendo os membros restantes são considerados por muitos provas definitivas do pacto feito entre a banda e o demônio.

Alice Cooper - O codinome do vocalista (e da banda) segundo ele próprio foi sugerido em uma mesa de ouija (algo semelhante ao "jogo do copo") por um espírito. O visual com maquiagem viria a ser copiado exaustivamente.

Eagles - Embora não tenham absolutamente nenhuma aparência ou temática satânica em sua letras, um ex-produtor acusou a banda de ligações com a organização conhecida como Igreja de Satan. Logo mais descobriu-se que a música Hotel California possuia mensagens satânicas gravadas ao inverso e que tratava na realidade sobre a sede da Igreja de Satan no estado da Califórnia, que havia sido anteriormente um hotel.

Doors - O vocalista Jim Morrison se casou em um ritual pagão com uma bruxa. Além disto Jim Morrison dizia trazer dentro de si o espírito de um feiticeiro índio, um "shaman".

Iron Maiden - Após terem lançado o disco The Number of The Beast (o número da besta) passaram a ser frequentemente taxados de satanistas embora raramente abordem o tema. A mascote Eddie (um simpático morto vivo) das capas dos discos é frequentemente associada a um demônio.

Kiss - Embora não costume abordar temas satânicos em suas letras o visual carregado e truques de palco do baixista Gene Simons (que se veste e se maquia como um vampiro, vomita sangue e cospe fogo) levou parte da opinião pública a taxar a banda de satanistas. O nome Kiss (beijo) chegou a ser interpretado como sigla para Kids In Sata's Service (Crianças a Serviço de Satan) ou Knights In Satan's Service (Cavaleiros a Serviço de Satan). Boatos ridículos informavam ainda que a banda fazia sacrificios de animais em seus shows embora isso nunca tenha sido presenciado.

AC/DC - Com o álbum Highway To Hell (Auto Estrada para o Inferno) e músicas como Hell's Bells (Sinos do Inferno) foi prontamente taxada de satanista. A situação piorou quando um conhecido assassino serial psicopata conhecido como "Night Stalker" (Rastejador Noturno) afirmou matar influenciado pelas letras da banda.

Mercyful Fate - banda Dinamarquesa de grande influência e cuja marca principal é o visual satânico do vocalista King Diamond (que mais tarde seguiu carreira solo). King Diamond afirmava dormir em um caixão e ser capaz de falar de trás para frente e imprensa acreditava. A banda usava (e usa) na decoração de seu palco restos humanos (ossos) reais, o que não constitui crime na Dinamarca.

Correntes "Satânicas" Que Influenciaram o Rock

Aleister Crowley

Aleister Crowley foi um filósofo Inglês do século 19, considerado por muitos um bruxo e satanista. Seu pensamento e pregação se resumiam basicamente no conteúdo da obra chamada Livro da Lei e na doutrina conhecida por Thelema (palavra grega que significa vontade) e que pode ser resumida em "Faz o que quiseres que tudo deve ser da lei. Todo homem é um indivíduo único e tem direito a viver como quiser".

Os princípios hedonistas de Crowley, com a pregação do aproveitamento dos prazeres terrenos, incluindo sexo e drogas, foram base para todas as doutrinas satanistas que se seguiram, embora Crowley não tenha de maneira clara em sua obra se declarado satanista, sendo mais apenas um anti-cristão, tendo tomado para si próprio a denominação de "Número 666".

Por ser uma figura controversa Aleister Crowley despertou muito interesse entre artista de rock.

É Aleister Crowley o sujeito da música Mr Crowley de Ozzy Osbourne.

O disco Seventh Son Of a Seventh Son do Iron Maiden possui várias citações a trechos da obra de Aleister Crowley.

Um dos mais famosos estudiosos da obra de Crowley foi Jimmy Page, Guitarrista do Led Zeppelin. Além de adquirir manuscritos e objetos pessoais de Crowley Page chegou a comprar a mansão do bruxo às margens do Lago Ness onde Crowley teoricamente faria seus rituais.

Aleister Crowley aparece entre os personagens da capa do disco Sgt Peppers Lonely Hearts Club Band dos Beatles.

No rock do Brasil a maior personalidade ligada ao pensamento de Crowley foi Raul Seixas. A música Sociedade Alternativa, entre outras, são exemplos disto. Ao final de Sociedade Alternativa Raul Seixas grita para o público: "O Número 666 chama-se Aleister Crowley. A lei de Thelema... esta é a nossa lei e a alegria do mundo. Faz o que tu queres, há de ser tudo da lei. Todo homem e toda mulher é uma estrela." Tratam-se de trechos da obra de Crowley.

H. P. Lovecraft

Howard Philips Lovecraft foi um escrito de ficção nascido em 1890 e morto em 1937. É considerado um dos pais da ficção e do terror modernos na literatura.

Lovecraft costumava fazer parecer em seus livros que os demônios e rituais citados eram reais, inclusive citando como fontes de seus conhecimentos a mitologia grega, egípcia, árabe e assíria embora tudo não passasse de ficção. Costumava citar frequentemente em seus contos demônios como Cthulhu e Shub-Nigurath além de abordar os rituais de invocação que haveriam escritos em um livro chamado Necronomicon (Livro dos Mortos).

O livro dos mortos nunca existiu, porém Lovecraft o tratava de forma tão detalhada em seus livros que chegaram a se criar seitas de estudo do Necronomicon e várias versões foram forjadas deste livro. O Necronomicon é o livro tema da série de filmes A Morte do Demônio (Uma Noite Alucinante) em que um grupo de jovens invoca sem querer forças incontroláveis. É também baseada na obra de Lovecraft a série Re-Animator entre muutos outros filmes e livros.

A influência de Lovecraft entre bandas de rock é apenas literária, mas os demônios e rituais de sua obra costumam ser confundidas com uma religião de verdade, o que leva muitos a considerarem isto satanismo.

A música Call of Cthulhu do Metallica é baseada no livro de mesmo nome de H. P. Lovecraft. Cthulhu é uma criatura (um demônio) que dormiria no fundo dos oceanos, se comunicando com os humanos através de sonhos.

Na capa do disco Live After Death do Iron Maiden é de H. P. Lovecraft a citação escrita na lápide da sepultura de Eddie. "That is not dead which can eternal lie, And with strange aeons even death may die." A tradução aproximada seria "Não está morto o que eternamente jaz inanimado, e em realidades estranhas até a morte pode ser vencida". Obviamente o trecho, que seria uma citação do Necronomicon, trata sobre a vida após a morte.

Igreja de Satan (Church Of Satan) de Antony LaVey

Antony LaVey é considerado o pai do Satanismo moderno sendo o fundador da seita satânica mais espalhada e mais influente em todo o mundo. Os preceitos de sua seita são bastante semelhantes aos preceitos de Crowley, pregando o prazer terreno e o abuso de drogas e sexo como meio de encontrar este prazer. A Church Of Satan tem ainda como característica a finalidade de ridicularizar e denegrir a imagem de Cristo e da igreja católica, mostrando o Deus cristão como causador dos males da humanidade e Satan como um ser misericordioso e compreensivo, uma alternativa ao Deus carrasco cristão.

Uma das bandas mais conhecidas da década de 70, The Eagles, é acusada por grupos evangélicos de ser particpante do movimento Church Of Satan. Os boatos surgiram quando a banda foi denunciada como satanista por um ex-produtor vingativo. O principal hit dos Eagles, Hotel California, recentemente relançado, seria uma referência à sede da Igreja de Satan na Califórnia, cujo prédio anteriormente haveria sido um cinema. Ao ouvir o disco ao contrário segundo afirmavam os evangélicos, surgiam mensagens satânicas.

Na música Simpathy For The Devil dos Rolling Stones o personagem principal é o demônio, cantando em primeira pessoa. Mick Jagger confirmou que o fundador da Igreja de Satan, Antony LaVey, foi o inspirador da canção.

Citações de Ocultismo em Letras de Rock

Conjuring (Megadeth): "I am the devil's advocate, a salesman if you will. Come join me in my infernal depths. I've got your soul! Obey!".(Sou o advogado do diabo, um vendedor se você preferir. Venha se juntar a mim nas profundezas do inferno. Sua alma é minha. Obedeça).

The Prince (Metallica): "Angel from below, I wish to sell my soul. Devil, take my soul. With diamonds you repay. I don't care for heaven so don't you loonk for me to cry. And I will burn In hell from the day I die." (Anjo das profundezas, eu quero vender minha alma. Demônio, leve minha alma, com diamantes você paga. Eu não me importo com o paraíso então não espere me ver chorar. E eu vou queimar no inferno a partir do dia em que morrer.)

Burn In Hell (Twisted Sister): "Welcome to the abandoned land. Come on in, child, take my hand. Here there is no work or, only one bill to pay. There's just five words to say as you go down, down, down. You're gonna Burn in hell!" (Bemvindo à terra do abandono. Venha, criança, segure minha mão. Aqui não há trabalho, apenas uma conta a pagar. Há apenas cinco palavras a dizer enquanto você cai. Você vai queimar no inferno.)

Homebound Train (Bon Jovi): "When I was just a boy the devil took my hand. Took me from my home, he made me a man." (Quando eu era apenas um garoto o demônio tomou minha mão, me levou de casa e me fez um homem.)

Possessed (Suicidal Tendencies): "I'm a prisoner of a demon... It stays with me wherever I go, I can't break away from its hold. This must be my punishment for selling my soul!" (Sou prisioneiro de um demônio, ele fica comigo onde quer que eu vá e não posso fugir de seu domínio. Deve ser minha punição por vender minha alma.)

Incitações ao Suicídio em Letras de Rock

O suicídio é considerado por seitas cristãs e espíritas o maior dos insultos a Deus em virtude de ser a negação da vida. Desta forma são consideradas também provas do envolvimento do rock com satanismo a frequente abordagem do tema suicídio.

Fade To Black (Metallica): "I have lost the will to live, simply nothing more to give. There is nothing more for me, need the end to set me free." (Eu perdi a razão de viver, simplesmente não tenho mais nada a dar, não existe nada mais para mim, preciso do fim para me libertar.).

Uma das músicas mais polêmicas da história do rock foi Suicide Solution, de Ozzy Osbourne. Após algumas pessoas terem acusado ser a música a responsável por algusn suicídios de jovens, o Institute for Bio-Acoustics Research foi contratado por grupos evangélicos para fazer uma avaliação da música e o relatório final apontou mensagens subliminares que não seriam audíveis conscientemente mas capazes de influenciar o inconsciente do ouvinte. A mensagem escondida estaria gravada em rotação alterada e seria "Why try, why try? Get the gun and try! Try it! Shoot! Shoot! Shoot!" seguido de uma risada. (Porque não tentar? Pegue uma arma e atire! Atire!) Além disso haveriam na música frequências sonoras especiais capazes de aumentar a capacidade de influência das mensagens subliminares. Acredite se quiser mas antes lembre-se que o "estudo" foi encomendado por um grupo evangélico.

Curiosamente a música Suicide Solution não trata sobre suicídio como pensa a quase totalidade (inclusive os fãs de Ozzy Osbourne). A música trata sobre alcoolismo e foi escrita por Ozzy quando o vocalista do AC/DC, Bon Scott, morreu de coma alcóolico. A palavra "solution" do título é "solução" no sentido de "mistura" e não no sentido de "resposta". A tradução correta seria "mistura suicida" se referindo ao álcôol. Isso pode ser facilmente confirmado ao observar a letra que está traduzida e comentada na página de Letras Traduzidas.

Crimes e Suicídios Relacionados ao Rock

Atenção: muitos dos fatos a seguir podem ser apenas resultado de exageros ou meias-verdades, mas foram publicados na imprensa e de uma forma ou de outra aconteceram.

O satanista Richard Ramirez, conhecido como Night Stalker, que aterrorizou a califórnia na década de 80, tendo matado mais de 14 pessoas, se declarou um grande fã do AC/DC.

Os pais do garoto Steve Boucher, que se suicidou com um tiro na cabeça, tentaram processar a banda AC/DC dizendo ser a música Shoot to Thrill a responsável. O garoto se suicidou sentado sobre um poster do AC/DC.

Em fevereiro de 1986 foi encontrado o corpo enforcado do garoto Phillip Morton, enquanto ao fundo o disco The Wall (com as músicas Goodbye Cruel World e Waiting for the Worms) tocava continuamente.

Em San Antonio, Texas, um garoto de 16 anos matou uma tia a punhaladas e contou à polícia que no momento do crime estava hipnotizado pela música do Pink Floyd, não podendo sequer se lembrar do ocorrido.

Em outubro de 1984 John McCollum, de 19 anos, se matou com um tiro na cabeça enquanto ouvia Suicide Solution de Ozzy Osbourne. Ele ainda estava com headphones quando o corpo foi encontrado.

Em dezembro de 1985 dois garotos de 18 anos, Raymond Belknap e James Vance, depois de ouvir Beyond the Realms of Death (Judas Priest), foram ao playground de uma igreja próxima e se suicidaram com tiros de espingarda. Os pais tentaram mover uma ação contra o Judas Priest.

Dennis Bartts, 16 anos, de Center Point, Texas, informou a um amigo que pretendia encontrar Satan, foi ao campo de futebol da escola e se enforcou na trave enquanto ouvia Highway to Hell (AC/DC) em um walkman.

Em 9 de janeiro de 1988 Thomas Sullivan, 14 anos, fã de Ozzy Osbourne, cortou a garganta da mãe e se suicidou em seguida.

Em 12 de abril de 1985, um garoto fanático por heavy metal de 14 anos matou três pessoas. O garoto (que tinha tatuado um grande 666 no peito) informou estar dominado por Eddie (mascote do Iron Maiden) quando cometeu os assassinatos.

Em 1987 foi capturado o assassino serial, ocultista e canibal Gary Heidnik. Em sua casa na Philadelfia os vizinhos escutavam heavy metal durante todo o dia.

Os Beatles e Charles Manson

Um dos casos mais famosos porém de assassinatos ligados ao rock foi a ação do maníaco americano Charles Manson e sua fascinação pela música dos Beatles.

Manson era um fanático religioso que acreditava ser Jesus Cristo encarnado e possuir uma "família", seguidores de suas pregações. Manson acreditava tb que os Beatles eram anjos mandados a Terra por Deus para avisar os homens sobre o terrível apocalipse que se aproximava, e que eles haviam feito isso através do famoso White Album, o Álbum Branco. As canções segundo Charles citavam suicídio (Yer Blues), os próprios sons do Armageddon trazidos pelos "anjos do apocalipse" (Revolution# 9), sugestões de destruição (a versão de Revolution contida no álbum chamada de Revolution# 1 era um take mais lento do famoso single da banda e na frase que fala "But when you talk about destruction... don´t you no that you can count me out..." eis que imediatamente após a última palavra (out) uma voz pronuncia de uma forma bem clara " in"), e, principalmente as guerras raciais figuradas em diversas músicas, "Piggies" seriam os "porcos brancos" e "Black Bird" possivelmente os Panteras Negras. Nota-se no fade-out de "Piggies" sons de metralhadoras, a guerra declarada. E relacionada a isso ainda, talvez a mais grave das alegações de Manson "Helter Skelter", o caos total, as guerras racias, a destruição, a revolução final.

Charles em certa época teve uma música supostamente roubada pelos "Beach Boys", sua canção "Cease to Exit" teria sido utilizada pelo grupo californiano sobre o título de "Never Learn Not to Love" para o álbum 20/20. A fúria de Manson caiu principalmente sobre Terry Melcher (filho de Doris Day) um produtor musical que havia negado um contrato de gravação de suas musicas, incluindo a utilizada pelos Beach Boys, estes fazendo grande sucesso c/ a "versão" de sua canção.

A decisão deste foi completamente irracional. Invadir com sua "família" a ex-residência do produtor. Na loucura de Manson não importava se Melcher não morasse mais lá. A nova moradora era a atriz Sharon Tate na época recém casada com o diretor Roman Polanski. A artista estava com alguns amigos em sua casa. Manson promoveu uma chacina, em uma atitude absurdamente covarde.

A ligação com os Beatles? A familia Manson utilizou o sangue de suas vítimas para escrever nas paredes da casa "Helter Skelter", "Political Piggy" e "Arrise". Helter Skelter e seu significado tomado por Manson, citados antes, seriam o seu propósito, Political Piggy seria a referência as pessoas mortas ali e Arise, uma citação a um trecho da música "Black Bird": "You´re only waiting for this moment to arise", este trecho é repetido várias vezes na música.

Um outro fato ligado a banda e o seu Álbum Branco é que um das assassinos possuia o apelido "Sexy Sadie" outra música do disco dos fabfour. McCartney, Lennon, Harrison e Starr , principalmente os 3 primeiros declararam a insanidade de Charles Manson (já óbvia) e seu completo desconhecimento dos objetivos do clã do citado (tb um fato óbvio).

(enviado por Tiago Coutinho)

Outros Fatos Relacionados a Ocultismo no Rock

Na capa de Highway To Hell (AC/DC) além de Angus estar fantasiado de demônio o vocalista Bom Scott usa um colar com um pentagrama (símbolo do satanismo). O pentagrama é também o símbolo da banda Slayer.

O símbolo que representa o guitarrista Jimmy Page (algo semelhante a Zoso) segundo alguns trata-se de um 666 estilizado.

Na revista Smash Hits Jon Bon Jovi declarou: "Eu mataria minha mãe pelo rock and roll... eu venderia minha alma."

Trey Azagthoh, guitarrista do Morbid Angel, se declara um vampiro e nos shows costuma se morder e beber seu próprio sangue. A mania teve início quando ao se cortar ele chupou o próprio sangue para evitar que escorresse e o sujasse inteiro. Terminou gostando.

Em 1992 a banda Iron Maiden foi proibida de tocar no Chile. A Igreja Católica pediu ao governo providências contra a apresentação da banda e foi atendida. Segundo a igreja a música Bring Your Daughter To The Slaughter incitava o assassinato e The Number Of The Beast incitava satanismo e assassinatos.

David Bowie em entrevista à Rollign Stone prestou o seguinte depoimento: "O rock semrpe foi a música do demônio. Eu acredito que o rock and roll seja perigoso. Sinto que estamos brincando com algo mais assustador do que nós mesmos."

Um fã da banda Slayer escreveu na Spin Magazine (Maio de 1989): "Eu odeio seu Deus Jesus Cristo. Satan é meu senhor. Eu sacrifico animais para ele. Meu deus é o Slayer. São nas letras de sua música que acredito."

Ao receber o MTV Awards de 1992 o grupo Red Hot Chili Peppers fez o seguinte agradecimento: "Antes de mais nada queremos agradecer a Satan!"

Angus Young, guitarrista da banda AC/DC em entrevista à Hit parader: "Eu sou apenas um instrumento. Quando subo ao palco alguma coisa me possui e me faz agir."

A música The Temples of Syrinx do álbum 2112 do Rush tem como tema o deus pagão Pã, constantemente associado ao demônio.

Em 1974, durante o lançamento do primeiro disco da gravadora Swan Song, comandada pelos componentes do Led Zeppelin, foi armada uma festa (em uma caverna) com temática de ocultismo que incluia mulheres nuas encenando uma missa negra e garotas vestidas de freiras fazendo strip tease.

A fascinação de Jimmy Page (guitarrista do Led Zeppelin) pelo oculto era tão grande que ele chegou a possuir a maior loja de livros de ocultismo da Europa, chamada The Equinox. Sua curiosidade sobre a obra de Crowley o levou a adquirir, além de milhares de objetos pessoais, livros e manuscrito, a mansão de Crowley, chamada Boleskine, localizada às margens do Lago Ness. Segundo contam as lendas Crowley praticava rituais satanicos na casa. Depois que Jimmy Page comprou a mansão um caseiro se suicidou inexplicavelmente e um outro ficou louco.

Na edição original em vinil do terceiro álbum do Led Zeppelin constava a inscrição "Do what thou wilt" (Faze o que quiseres) que é um dos ensinamentos de Crowley.

O nome da banda Cheap Trick segundo eles próprios foi sugerido em uma mesa de ouija (uma maneira de se comunicar com espíritos semelhante ao "jogo do copo" conhecido no Brasil). Vincent Furnier se tornou Alice Cooper da mesma maneira.

Jim Morrison, líder e vocalista da banda The Doors dizia ter sido possuído por espíritos quando assistiu a um acidente automobilistico que matou diversos índios. Segundo ele um ou dois espíritos de shamans (feiticeiros índios) o possuiram desde então, guiando seu estilo de vida e sua maneira de compor. Em 1970 Morrison se casou com uma feiticeira em um ritual pagão que envolveu invocações de demônios e beber sangue.

Em 1992, a banda de hard rock americana Slaughter foi acusada pela família de duas jovens de ter induzido um jovem de 17 anos (namorado de uma) a mata-las. As duas amigas foram mortas a facadas enquanto, segundo testemunhas, a música Fly To The Angels (que Mark Slaughter havia composto para uma ex-namorada que havia morrido de câncer) tocava repetidamente. Foi depois apurado de que o jovem nao era fã do Slaughter propriamente, mas sim da música em si. A turnê do álbum The Wild Life teve de ser interrompida por algum tempo para que eles respodessem ao processo, no qual foram completamente inocentados. (Agradecimentos a Christiano Gonçalves).

A Condessa Elisabeth Bathory era filha de nobres Húngaros que sacrificava virgens e tomava banho com sangue para manter sua beleza e juventude eternamente. Tornou-se parte do folclore europeu. Mereceu citações da banda Venom (Countess Bathory), do Cradle Of Filth (The Cruelty And The Beast) e inspirou o nome da banda Bathory.



Fonte: whiplash.net
Por: João Paulo Andrade

Tharsis - Gnash The Teeth (2007)

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Créditos do Post: Gabriel Insônia
Banda: Tharsis

Origem: Salvador\Bahia

Gênero: Melodic Death Metal

Álbum:  Gnash The Teeth

Ano: 2007

Formação:
Lice – Vocals

Evento: Tributo ao Pink Floyd com a Banda Spectro

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Evento: Pink Floyd no Teatro

Dia: Sextas de Setembro/2012

Hora: 20 à 21:30h

Banda: Banda Spectro (Tributo a Pink Floyd)

Onde: Rua Borges dos Reis, 09, Rio Vermelho, Salvador-BA

Telefone(71) 3616-7060

Local: Teatro Sesi/Rio Vermelho

Cidade: Salvador

Valor: R$ 30,00/15,00

Inversáteis: Rock n Roll (Salvador\Bahia)

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Release Banda


  Os INVERSÁTEIS é a união de um grupo de amigos com o intuito de colocar em prática, de alguma forma, duas das suas maiores influências: o típico Rock n Roll e o Rei Roberto Carlos.
Iniciado em 2011, o projeto visa homenagear o Rei de uma forma diferenciada e bem particular. São releituras inéditas e imprevisíveis dos maiores sucessos desde o surgimento do ícone Roberto Carlos.

"Muita gente pergunta o por que do nome INVERSÁTEIS. A resposta é simples: nós não somos uma banda de baile, volúvel, mutável.. tocamos Rock n Roll. Se nos derem uma música sertaneja, ela vai se trasnformar em Rock n Roll, se nos derem um tango, tocaremos como Rock n Roll. Não teríamos inventado uma palavra melhor para nos definir." diz Renato Rabbit, vocalista.

Se você gosta do bom e velho Rock n Roll e do Rei Roberto Carlos se prepare para uma experiência inesquecível.


Logo:

Banda: Inversáteis

Gênero: Rock n Roll

Origem: Salvador\Ba

Itegrantes

Renato Coelho - Vocal
Eraldo Lins - Guitarra
Cléber Leclair - Guitarra
Dr. Jeff - Baixo
André Conceição - Bateria


Links
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TK
inversateis@gmail.com

Evento: 1º Headbanger Force em Jacobina

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Evento: 1º Headbanger Force

Dia: 10 de Novembro de 2012

Hora: 19:00

Bandas: Inside Hatred, Trepanator, Rattle, Blackoutt X

Onde: Unichoop

Local: Próximo a Yamaha

Cidade: Jacobina\Bahia

Valor: R$ 10,00 + 1Kg de alimento não perecível

Evento: Halloween "A Fantasia" com as bandas NebulozA, For Back to The Classic & Oculta

Um comentário:

Evento: Halloween  "A Fantasia"

Dia: 20 de Outubro de 2012

Hora: 18:15

Bandas: NebulozA, For Back to The Classic, Oculta

Onde: Clube 2 de Julho

Local: Rua Corinto Tomba

Cidade: Feira de Santana\Bahia

Valor: R$ 5,00


Entrevista com a Banda Behavior

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O Behavior é uma peça importante no Death Metal do Nordeste e nacional, tendo lançado um grande primeiro álbum, “The Awakening the Madness”. Mesmo recente, a banda tem tudo para alçar vôos mais altos. Formada por Dan Loureiro (Guitarra), Marcelo Almeida (Baixo), Ricardo Agatte (Bateria) e Fabrício Pazelli (Vocal), que concedeu essa entrevista, como uma ode ao estilo que está no sangue, nunca se prendendo a modismos. Com vocês, o Behavior...


Vicente - Inicialmente, conte-nos um pouco sobre os quatro anos de trajetória do Behavior?

Fabrício Pazelli: O Behavior nasceu como um projeto de nosso antigo guitarrista (Leonardo Pinheiro), e logo a banda foi começando a tomar forma. Muita coisa aconteceu nos primeiros meses. Assim que gravamos a primeira Demo, intitulada “Walking For A Rotten Destiny”, a banda passou por várias formações, na verdade nem sei como chegamos até aqui e conseguimos manter uma estabilidade. Da formação da Demo só tem eu, o resto do pessoal tomou outros rumos e resolveu priorizar outras coisas na vida. Mas foi com essa formação atual que mantivemos maior tempo, que foi a formação que gravou o disco (Apenas Leonardo Pinheiro que não está mais da época da gravação). Hoje a formação é: Fabrício Pazelli – vocal/ Dan Loureiro-guitarra/ Macelo Almeida-baixo e Ricardo Agatte-bateria.

Fizemos muitos shows marcantes nesses quatro anos. Tocamos com o Master da Alemanha, com Torture Squad, e em festivais de nome como o Palco do Rock, agora vamos tocar com o Assassin também da Alemanha e em novembro no Under Metal Festival.

Vicente - Vocês lançaram no início deste ano seu primeiro disco completo “The Awakening the Madness”. Como foi a gravação do mesmo, rolou tudo como esperavam?

Fabrício Pazelli: Cara, se eu for destrinchar os problemas e contratempos que tivemos com essa gravação vamos ficar aqui o dia inteiro e ainda assim vai ter pano pra manga. (risos) Foi uma avalanche de problemas e burocracias que não estávamos acostumados, mas no final o resultado ficou legal. É claro que sempre fica aquele sentimento de que você poderia ter mudado algo, mas Godin e Marcão do Revolusom Estúdio fizeram um trabalho sensacional e esperamos no segundo disco repetir a dose e tentar sanar os erros do primeiro.

Vicente - E o retorno do pessoal com relação ao disco, foi o imaginado por vocês?

Fabrício Pazelli: Nós nunca tivemos sonhos mirabolantes em querer ser uma banda famosa ou coisas desse tipo, sempre fizemos nosso som e buscamos fazer shows insanos pra um público insano, essa é nossa meta. Então posso te afirmar que foi sim o que esperávamos, fizemos uma prensagem e sabíamos que ia ser suado vendê-los, mas a saída está boa e esperamos não ver mais a cara desses discos por aqui (risos). Pelo menos não nessa prensagem (risos)

Vicente - Vocês disponibilizaram como bônus as três faixas que compunham a Demo “Walking For A Rotten Destiny”, de 2008. Algum motivo especial para a inclusão destas músicas?

Fabrício Pazelli: O motivo é simples, a divulgação da Demo foi fraca, e como não queríamos fazer lançamentos isolados, decidimos lançar junto com o disco para que as pessoas que não tiveram acesso a Demo pudessem tê-las também.



Vicente - O Som do Behavior é um Death Metal “old school”, inclusive com os vocais, guturais e ao mesmo tempo “gritados”, como muitas das grandes bandas dos anos 80 e 90. Como você vê o estilo nos dias de hoje?

Fabrício Pazelli: Nós temos uma base de influência bem diversificada, até porque acima de tudo nós somos Headbangers. O Death Metal hoje está cheio de esquisitices, mas ainda existem bandas que honram a velha escola. Nós passeamos por outros estilos, mas sempre predominando a raiz do Metal da Morte. Eu nem gosto muito de entrar nesses méritos de que o som hoje está assim, ou está assado, isso pra mim é perda de tempo, faço minha música e quem não gostar que se foda. Os ditos “posers” são excluídos do cenário de uma forma natural. Quem não dá o sangue pelo Metal, um dia irá abandoná-lo, é simples, é uma seleção natural.

Vicente - Como está a cena metálica ai no nordeste, mais especificamente na Bahia.

Fabrício Pazelli: Nossa cena é forte cara. Existem muitas bandas aqui que dão sangue pelo cenário, muita gente reclama, mas fazem isso de barriga cheia, pois mesmo Salvador não estando na rota de grandes shows internacionais, não temos muito do que reclamar, já que temos grandes bandas, que sinceramente não devem nada pra gringo nenhum.

Vicente - Quais são as suas maiores influências?

Fabrício Pazelli: Cara, minha base de influências é bem tradicional, mas Darkthrone, Mayhem, Cannibal Corpse, Immortal, Morbid Angel, Celtic Frost, Death e Sodom têm uma importância primordial na minha vida. Tirando é claro a maior de todas que é o Pink Floyd. Essa banda me acompanha desde quando eu me entendo por gente, ela é o meu principal pontapé em tudo que sou hoje musicalmente.

Vicente - Em poucas palavras, o que acham das seguintes bandas:

Fabrício Pazelli:

Morbid Angel: Inspiração devastadora!

Deicide: Ótima banda, mas nunca fui um grande fã.

Death: Uma das bandas mais importantes do Death Metal.

Cannibal Corpse: Grande influência. Uma das minhas grandes inspirações.

Carcass: Não acho nada sobre eles.

Vicente - Uma mensagem para os fãs e amigos que curtem o trabalho do Behavior e para aqueles que gostariam de conhecer melhor seu som e apostam no Metal nacional.

Fabrício Pazelli: Nós jamais descansaremos, estaremos lutando pelo Metal Brasileiro a ferro e fogo. Um grande abraço a quem admira nosso trabalho, vocês não fazem idéia o quanto isso é importante pra nós. As composições de nosso segundo disco já estão prontas, estaremos entrando em estúdio no final do ano. As músicas estão cada vez mais violentas e insanas. Acreditamos no Metal Nacional e morreremos apostando que somos o país mais rico em termos de Metal no mundo.



Marcelo Nova (Vinil Music Pub, Indaiatuba, 23/08/12)

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Era noite de rock´n roll. Dirigi para Indaiatuba chegando no Vinil Music Pub por volta das 22 horas. Minha expectativa para o show era grande, pois desde fevereiro não via uma apresentação de Marcelo Nova ao lado de Drake, somente os dois no palco.

Logo que estacionei o carro notei que a casa noturna ficava na esquina de um cruzamento. Era natural me remeter à encruzilhada, Crossroads, baby. Mas não era Robert Johnson quem estava ali de joelhos. Era Marcelo Nova no trono que lhe pertence. Drake Nova à direita do pai.

“Coração Satânico” abria a noite e deixava claro que o pacto não podia ser quebrado. “O diabo está solto passeando em seu Chevrolet, de terno e gravata ninguém desconfia quem é”.


Sendo assim, ele foi assumindo as mais diversas formas. “Hoje” e até um certo “Carpinteiro do Universo”, foram faces que trouxe para continuar o show. Marceleza afia seu novo tridente e segue contemplando tudo do trono.

O diabo é pai do rock, e vigoroso como é, possui muitos filhos, e com várias mulheres, muitos esquecem que eles possuem diversas caras. Mas ainda assim são seus filhos. E continua sendo rock. A cara mais conhecida da sua linhagem tem o formato clássico de guitarra, baixo e bateria. Mas ele tem até filho indiano e egípcio, como o exame de DNA em George Harrison e Robert Plant comprovaram. E tem também esse filho, sentado, violão no colo, marcando o ritmo com os pés. Mesmo não sendo o mais lembrado, como é fantástico esse formato. São inúmeras as imagens que nos traz, desde os pioneiros do delta blues, passando por mestres do folk como Woody Guthrie, estrelas como Crosby, Stills, Nash & Young, incluindo Bob Dylan, e até as intervenções de Jimmy Page no Led. Está entendendo do que estou falando? Marcelo Nova promete um passeio por vários desses estilos no seu próximo álbum de estúdio, mostrando quantas cores possui sua palheta. No seu repertório não existe mais do mesmo.

Drake desfilava riffs, ruídos, slide, e muitos cenários de sua guitarra e dos seus pedais vintage. A maneira que ele conduz o wah wah me lembra Mick Box do Uriah Heep, considerado por muitos como o rei desse efeito. Inclusive já perguntei se Drake conhecia a maneira que ele tocava, e me respondeu que sabia pouco sobre Mick. Foi então que descobri que eles não se assemelham por influência, eles se assemelham por competência.

A emocional Robocop veio na sequência. Marceleza lembrou que se inspirou no caso da morte de Adriana Caringi para escrevê-la, assassinada por um atirador de elite na tentativa de resgatá-la do sequestro. Mais um exemplo do trabalho atemporal que ele desenvolve. Sua matéria prima é não o I-Pad, e sim o ser humano e suas complexidades, e assim ele segue vivo e atual, sempre se movendo e ganhando novas versões. Por um segundo vi uma penumbra pelo ar, ficou denso, difícil de respirar. O diabo e seus joguinhos de ilusão...

É, meu amigo, mas o diabo não faz filho à toa, não. Nem Deus, e sua cria divertiu à todos em Ela Me Trocou Por Jesus. Muito menos Marcelo Nova, e Drake brilhou num grande solo em Quando Eu Morri. Por falar nisso, se engana quem pensa que a tradicional performance nessa canção foi prejudicada por Marceleza estar sentado e com o violão, afinal não é necessário que ele esteja em pé para ouvirmos o estrondo dos seus passos. Não houve sinal da cruz que protegesse de ser atingido. E assim foi feito, o impacto dessa canção se fez presente, e todos aplaudiram de pé.

Com tantos pecadores e escolhidos presentes, Marcelo avisou que o único pastor que realmente merece respeito é o Pastor João. E com a canção da parceria com Raul, encerrou a noite.

Fui deixando a encruzilhada pra trás indo pra casa, e notei no retrovisor um Chevrolet me seguindo. O diabo queria me pregar outra peça antes da noite acabar.

Vá de retro, Marcelo. E até o próximo show.

Set list:
Coração Satânico
Hoje
Carpinteiro do Universo
Papel de Bandido
Faça a Coisa Certa
Robocop
Quando Eu Morri
Eu Vi O Futuro
Ela Me Trocou Por Jesus
Rock n' Roll
Simca Chambord
Pastor João e a Igreja Invisível
Fonte:   whiplash.net
Por Alexandre Campos Capitão
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