quarta-feira, 4 de setembro de 2013

O que é Produção Musical ? por André Tavares

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André T

Obs: Matéria Originalmente publicada no site "Guia de Produção de Rock"

ANDRÉ TAVARES - Produtor musical, multi-instrumentista, engenheiro de gravação e mixagem e formado em Comunicação pelo Elizabethtown College, em Elizabethtown/PA, nos EUA. Produziu discos de Retrofoguetes, Cascadura, Sua Mãe, Rebeca Matta (Prêmio APCA 1999), Enio e a Maloca, Nancy Viegas, Luiz Caldas, Carla Visi entre muitos outros. Como músico, trabalhou com Carlinhos Brown, Sidney Magal entre outros. Neste momento, além dos discos se concentra em trilhas de cinema.

O que significa produção musical? Esse termo pode significar coisas diferentes, nos levando a mais perguntas do que tínhamos antes.

O produtor musical é o responsável por fazer o disco acontecer. É a pessoa que servirá como elo entre o artista, os músicos, a técnica, o estúdio e a gravadora. O produtor fará com que o artista sinta que o resultado final do seu trabalho (o disco) o representa, que a gravadora (que muitas vezes está bancando o projeto) e o artista tenham fé que esse disco poderá ter uma resposta comercial, que o orçamento não vai estourar absurdamente (mas claro que vai estourar!) e que o disco ficará pronto no prazo (ou quase…). Muitas vezes o produtor musical acumula funções, como engenheiro de gravação e/ou mixagem ou ainda como músico ou compositor.

Alguns produtores basicamente supervisionam as sessões de gravação, estando no estúdio (ou não, no caso de alguns produtores famosos americanos), abrindo o estúdio para os músicos registrarem suas ideias. De vez em quando eles podem fazer uma intervenção, como pedir para algo ser refeito se não estiver satisfatório.

Outros produtores estão do outro lado do espectro, selecionando repertório ou compondo, tocando os instrumentos (muitas vezes todos eles), cuidando da parte técnica etc. Esses produtores são talvez mais importantes do que o próprio artista nesses casos, como os discos de algumas divas da dance-music.

Existem produtores que trabalham junto ao artista, em momentos como mais um músico da banda, em outros como alguém que vai apenas dar o parecer final e em alguns como a pessoa que vai ser o psicólogo das sessões de gravação. Esses produtores deverão ser inteligentes o suficiente para saber que chapéu devem usar no momento adequado. Tomo como exemplo George Martin, na minha opinião o maior produtor da história da música popular.

No final das contas, qualquer que seja o estilo do produtor, este deve tirar o melhor do artista, e em alguns casos tirar algo que este nem pensava que era capaz.

Nenhuma destas três facetas de produtores está certa ou errada; são apenas estilos diferentes de produção que funcionam em situações distintas.

Alguns artistas se auto-produzem. Uns o fazem bem, porém em muitos outros casos isso significa apenas vaidade ou tentativa de economia, pois eles não tem visão o suficiente para objetivamente enxergar o trabalho. Muitas vezes o artista está tão ligado emocionalmente às músicas que deixa de ver vários problemas.

Existem problemas que ocorrem também quando a combinação artista-produtor não é adequada. Alguns produtores podem não perceber bem o verdadeiro potencial do artista, e empurrá-lo para um lado equivocado. Infelizmente é comum ver artistas lançando trabalhos que estão muito aquém do potencial deles, ou ainda abraçando um caminho que no final das contas não os representa. Erro do produtor, que pode não ter visto esse caminho equivocado que o artista queria tomar, ou até mesmo ter apresentado a ideia!

O fato é que ao ouvinte chega apenas o resultado final do trabalho. Não interessa se o orçamento do disco foi suficiente, se houve tempo hábil para finalizar satisfatóriamente, se as relações pessoais entre a equipe eram as melhores possíveis ou se o conceito do disco foi realmente o adequado. Como costumo a dizer para as pessoas que trabalham comigo, não podemos pôr um adesivo na capa do disco pedindo desculpas porque o cantor estava resfriado e não conseguiu cantar bem a terceira música, e não houve tempo nem orçamento para refazer…

É muito importante a escolha certa do produtor, pois este vai auxiliar o artista com sua experiência a guiar o trabalho, e será a pessoa de fora que objetivamente indicará os acertos e equívocos. No caso do trabalho independente, onde os orçamentos são reduzidos, acredito que a importância de um bom produtor se torna maior ainda, pois não há espaço para erro na maior parte das vezes.

Release: Four Seasons (Pandora) Por Flávio Rodrigues

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Por: Flávio Rodrigues (Originalmente publicado no site Delfos)

Antônio Vivaldi  foi um importante compositor e músico italiano do final do século XVII e início do XVIII, período denominado na arte como barroco tardio. Até hoje Vivaldão é lembrado como um dos grandes nomes da música erudita pelas suas óperas e concertos de extrema beleza e, dentre elas, a mais famosa e de maior destaque é, sem sombra de dúvidas, os concertos que formam “As Quatro Estações”. Quase trezentos anos depois da obra atemporal de Vivaldi, a banda baiana de Thrash Metal PANDORA retoma o tema com uma roupagem totalmente nova e pesada.

Apesar do nome, “Four Seasons”, álbum de estreia da banda, pouco pega emprestado do compositor italiano. Isso pode animar alguns que não queriam ouvir releituras da obra de Vivaldi, mas também pode frustrar outros, que esperavam uma maior mistura entre o peso do Thrash Metal e as peculiaridades da música erudita.

“Four Seasons”  na verdade pode ser dividido em duas partes: a primeira conta com músicas que não se encaixam no conceito do álbum. Carecendo de criatividade e frescor, esta parte do álbum me deixou menos animado, mas pode agradar aos fãs de um Thrash mais direto, com os clássicos elementos do estilo. Afinal, não se pode dizer que faixas como “Death of a Friend” e “Pandora” são ruins, de forma alguma, mas não chegam a empolgar.

A banda ainda se arrisca em um cover de uma banda que nada tem a ver com Thrash: o Twisted Sister. A faixa escolhida, “Destroyer”, ganhou uma cara bem mais pesada e muito mais agressiva, mas mostra que a banda não bebe somente dos elementos clássicos do Thrash  e, talvez por isso, flertam com sonoridades menos características do estilo, e se saem muito bem nestes momentos.

Agora se você, assim como eu, se decepcionar com este começo, lembre-se que a PANDORA deixou a esperança no fundo da caixa e espere pela segunda metade. Esta parte começa com um prelúdio e segue com “Four Seasons”, “Spring of Creation”, “Autumn of Decadence”, “Summer of War”, “Nuclear Winter” e termina com “Epitaph”, que mostra a banda explorando mais elementos e com uma maturidade musical mais consistente, que garantiu praticamente todos os Alfredos ao álbum. E sim, eles inverteram as estações do ano, provavelmente por uma escolha simplesmente musical.

Aliás, entre a faixa “Springs of Creation” e “Autumn of Decadence”, é possível ouvir um barulho como se alguém estivesse mexendo em um rádio antigo. Não sei se a intenção era fazer um trocadilho com a “mudança de estação”, mas, se foi, eu entendi a piada. Rá!

Mesmo sem a referência direta à obra de Vivaldi, a segunda parte do CD explora alguns elementos eruditos, como a adição do piano, sons limpos e melodias mais elaboradas, sem perder a agressividade. A mistura pode não ser lá tão inventiva e original, e em alguns momentos não funciona tão bem quanto a banda provavelmente planejava, mas ao mesmo tempo entrega os pontos de maior diferencial e interesse do trabalho e ótimos momentos. Um exemplo é a faixa “Nuclear Winter”, que me agradou logo de cara e cujo clipe está aí embaixo.

A banda é formada por Bruno Leal no vocal e guitarra, Rômulo Lebre na guitarra, Marcos Cazé no baixo e Louis na bateria. Tecnicamente, eles se seguram bem, sem nenhum destaque especial ou membro de grande virtuosidade, mas no conjunto cada um faz bem sua parte. As guitarras gêmeas estão presentes e a instrumentação é eficaz e competente, mostrando um flerte em diversos momentos com o Heavy Metal Tradicional. Tenho que confessar que a banda me agrada mais nesses momentos. Vale um destaque especial também à bela arte da capa do álbum, feita pelo artista Marcelo Almeida, que você confere ilustrando esta resenha.

Se você é fã de Thrash e está procurando algo para ouvir, “Four Seasons” pode ser uma boa indicação. Apesar de não apresentar grandes surpresas ou inventividade em suas composições, a banda é competente e cumpre o que se compromete a fazer. Se você não esperar a genialidade de um Vivaldi, pode até gostar.

Depois de tantos anos de aquecimento global, parece que as estações do ano já não são as mesmas da época do barroco, mas quem se arriscar a abrir a caixa de PANDORA não encontrará desta vez somente coisas ruins. Seja qual for a estação que você estiver, você pode encontrar aqui boas trilhas para o frio do inverno e para o calor do verão.

CURIOSIDADES

- Caso você não saiba qual é a obra de Vivaldi, aí vai o concerto mais famoso das suas Quatro Estações, o primeiro movimento da Primavera. Você com certeza o conhece:

-Eu escolhi resenhar este álbum por dois motivos: o primeiro é a referência à obra de Vivaldi, e o segundo porque eu tive em minha infância uma querida cadelinha chamada Pandora.

-Na minha primeira pesquisa sobre a banda eu encontrei apenas informações sobre uma banda PANDORA mexicana, formada por três mulheres. Confesso que fiquei um pouco decepcionado quando descobri que ia resenhar uma banda baiana que só tinha machos peludos.


Banda: Pandora

Origem: Salvador\Bahia

Gênero:  Thrash Metal

Álbum: Four Seasons

Ano: 2013

Links:
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Formação:
Bruno Leal (vocal/guitarra)
Rômulo Lebre (guitarra)
Marcos Cazé (baixo)
Louis (bateria)

Tracks:
Tracklist:
01. Liar
02. Out of Earth
03. Death of a Friend
04. Destroyer
05. Pandora
06. Prelude
07. Four Seasons
08. Springs of Creations
09. Autumn of Decadence
10. Summer of War
11. Nuclear Winter
12. Epitaph

Escarnium: confirmadas todas as datas da nova turnê europeia do grupo

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Roadmaster Booking recentemente confirmou todas as datas da segunda turnê internacional da banda brasileira ESCARNIUM, um dos principais nomes do Death Metal brasileiro na atualidade, em suporte ao debut álbum “Excruciating Existence”.

O giro acontecerá nos próximos meses de setembro e outubro de 2013, e passará por países como Alemanha, Holanda, França, República Tcheca, Itália, Bélgica.

Escarnium Europe Tou 2013:

13.09 Wolfsburg, GER @ SVJH Ost
14.09 Hoogeveen, HOL @ Alien Music Cave
15.09 Groningen, HOL @ The Pit
16.09 Eindhoven, HOL @ The Rambler
17.09 Arnhem, HOL @ Willemeen
20.09 Katwijk, HOL @ Scum
21.09 Wermelskirchen GER @ NRW Deathfest
22.09 (Help needed) South Germany
23.09 Milan, Italy @ Blue Rose Saloon
25.09 Toulouse, FRA @ La Dernière Chance
26.09 Deinze, Belgium @ Muziekcafé Elpee
27.09 Hamburg, Germany @ Bambi Galore
28.09 Göttingen, Germany @ Juzi
29.09 (Help needed) South Germany
30.09 Nürnberg, Germany @ Bela Lugosi
01.10 Geneva, Switzerland @ L’écurie
02.10 Leipzig, GER @ Bandhaus Leipzig
03.10 Prague, Czech Republic @ Modra Vopice
04.10 Breclav, Czech Republic @ Piksla
05.10 Berlin, Germany @ Berlin Deathfest
06.10 (Help needed) Central/North Germany

“Excruciating Existence”, que contou com a produção de Vicente Fonseca em parceria com os membros do grupo, foi originalmente lançado na Europa através do selo polonês Helltrasher Records, no primeiro semestre de 2013, contando com abrangente distribuição em todo velho mundo.

Para mais informações sobre as atividades da banda ESCARNIUM e dos demais clientes da empresa, basta entrar em contato com a MS Metal Press através do e-mail contato@msmetalpress.com.

fonte: msmetalpress
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