O
epic metal é uma vertente conhecida e, diria eu, tem sido bem explorada ao longo dos anos. O
CRUZADAS é uma das ótimas bandas que exploram essa vertente, assim como muitas outras no cenário nacional já fizeram ou fazem até hoje, porém, além de cantar em português, a banda possui uma soniridade diferenciada e particular, tanto na parte dos vocais como na parte instrumental.
O
Brasil in Metal entrevistou o guitarrista
Leomar Santos Correia, que falou dos próximos
projetos da banda, sobre a ligação dos músicos com a história e sobre os temas que a banda aborda. Hora de conhecer um pouco mais dessa ótima banda baiana.
CRUZADAS
Brasil in Metal: O CRUZADAS nasceu no coração da Bahia em 2003, falando sobre temas épicos, momentos históricos e mitológicos. A banda foi formada já em cima dessa temática ou vocês adquiriram isso ao passar do tempo?
Leomar Santos Correia: Inicialmente, queríamos montar uma banda de heavy metal que abordasse temas diversos. Quando escolhemos o nome CRUZADAS, resolvemos trabalhar com temas referentes a esse período histórico.
Posteriormente, fomos descrevendo outros períodos, entre eles a
Idade Antiga. A música “Império dos Deuses”, por exemplo, faixa do CD
Guardiões do Apocalipse, fala sobre Roma. O trabalho final do CD ficou muito bom, resolvemos então fazer o mesmo com o CD
Idade das Trevas, cujo tema das letras é totalmente épico e medieval. Pretendemos futuramente manter o estilo, mas não quer dizer que não possamos abordar outras temáticas.
Brasil in Metal: Todos da banda sempre tiveram um certo “amor” por história, mitologia e afins?
Leomar: A história é importante, pois retrata as transformações e realizações da humanidade através do tempo. Além disso, apresenta conflitos da raça humana desde o início da humanidade. Todos nós da banda gostamos de história e mitologia e retratamos esses conflitos através de nossas músicas, é muito importante para nós quando criamos letras referentes a determinado momento histórico e sabemos que esta temática tem uma influência marcante no estilo heavy metal.
Brasil in Metal: Qual é, dentro de todos os temas e histórias que a banda aborda, o que mais fascina vocês? Nesse primeiro álbum o tema já foi trabalhado ou é algo que vai ser explorado nos próximos trabalhos?
Leomar: O período histórico que mais trabalhamos nos dois últimos CDs (Guardiões do Apocalipse e Idade das Trevas) representa o próprio nome da banda, a Idade Média. É um período bastante intrigante. Houve a queda do Império Romano, as invasões bárbaras, o pensamento ideológico cristão subjugado por um estilo de vida economicamente feudal, guerras religiosas e a inquisição em torno de uma sociedade fragmentada.
Todos esses acontecimentos foram grandes inspirações para diversas músicas que escrevemos. Além disso, o termo “Idade das Trevas”, que, para muitos, foi um período de “escuridão cultural”, para nós, da banda CRUZADAS, a produção desse segundo CD se tornou um aprimoramento de nossos conhecimentos e a
criação de uma musicalidade própria e exclusiva da banda. Pretendemos trabalhar com essa temática histórica em todos os CDs que iremos produzir.
Brasil in Metal: Quais bandas que trabalham na mesma linha temática do Cruzadas vocês consideram como maiores inspirações?
Leomar: Muitas bandas, tanto do cenário nacional quanto internacional, foram importantes influências para nós da CRUZADAS; podemos citar algumas como o
Iron Maiden,
Sepultura,
Iced Earth,
Megadeth,
Judas Priest,
Children of Bodom,
kreator,
Grave Digger,
Dimmu Borgir,
Immortal,
White Skull,
Amon Amarth,
Angra,
Metallica,
Destruction,
Slayer,
Helloween,
Nightwhish... Mas nem todas trabalham com essa temática. Tentamos
criar uma característica própria, sem interferências de outras bandas do mesmo estilo.
Brasil in Metal: O álbum Idade das Trevas foi lançado em 2010. Quais são os próximos planos da banda?
Leomar: A produção do álbum Idade das Trevas representou muito esforço e trabalho para ser gravado, e agradecemos a todos que ajudaram para que fosse concretizado. Para o próximo álbum, intitulado Arena da Morte, estamos trabalhando com uma temática mais diversificada, como a cultura viking, gladiadores e filmes épicos, como Coração Valente.
Esperamos que esse novo álbum seja melhor que o Idade das Trevas. Algumas músicas já estão sendo produzidas no mesmo nível de “Esparta”, grandiosamente épicas e com solos marcantes. O visual é a primeira impressão de uma banda, por isso estamos investindo muito numa imagem condizente com o estilo. Temos certeza que no próximo CD mostraremos um bom resultado.
Brasil in Metal: Como foi decidido entre os membros da banda que as músicas seriam compostas em português?
Leomar: A CRUZADAS explora o metal com letras em português. É um desafio, e é preciso encontrar a sonoridade certa nas palavras do nosso idioma, é preciso também trabalhar os significados e recursos de nossa língua. Fazer música em inglês é válido se a pessoa sabe escrever em inglês, compor em inglês, falar inglês, cantar inglês...
A linguagem da música é universal, mas, dentro do nosso cenário musical, o inglês se tornou mais um “instrumento musical”. Não se trata de nacionalismo ou simplesmente facilidade em conseguir uma carreira internacional. Há quem diga que se trata de uma questão de gosto musical: nós da banda também curtimos metal internacional e bandas nacionais que cantam em inglês, mas optamos pela nossa língua oficial por uma questão de fácil entendimento. Além disso, temos que incentivar mais bandas a fazer músicas dentro do nosso cenário, sentimos necessidade de ouvir bandas de metal em português.
Brasil in Metal: Foi um prazer conversar com a banda, ficaremos de olho no trabalho da CRUZADAS e torcendo para um sucesso cada vez maior!
Leomar: Nós é que agradecemos a oportunidade de divulgar nosso trabalho. O relacionamento com outras bandas do Brasil tem sido satisfatório e recíproco. Com relação ao suporte recebido do cenário metal, o maior retorno tem sido o apoio da galera nos shows, nas vendas de materiais da banda (camisas, CDs...).
Só esperamos sermos reconhecidos como uma boa banda da cena do metal nacional. Agradeço as palavras e o reconhecimento e para quem gosta da banda ou quiser conhecer mais o nosso som é só acessar o
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