terça-feira, 29 de maio de 2012

Trepanator: Entrevista com Valter Musael, Confiram !!!!



Entrevista com Valter Musael (Guitarra\Trepanator) concedida a Val Oliveira(Reidjou)...Confiram !!!


1 – Valter conte-nos sobre a criação da Trepanator. Antes, vocês tocavam na banda de Heavy Soul Brave. Como se deu a mudança? Por que optaram pelo Thrash? 

R – Desde já muito obrigado pelo espaço. O Trepanator foi criado a partir da ideia de 4 integrantes dessa outra banda. Havia o interesse da parte de Gil (vocal), Danilo (bateria), Alan (guitarra) e Adriano (baixo) em fazer Thrash Metal inspirado por bandas como Slayer, Kreator, Exodus, Dorsal Atlântica, Taurus, que só pôde se concretizar com a saída do quinto componente da Soul Brave, um guitarrista. Ficou claro que o desempenho nas novas composições era melhor, e aí veio a minha entrada na banda, abraçando a proposta. Com a amizade de um bom tempo com os outros integrantes, o entrosamento ficou mais fácil e rápido. O nome veio de uma sugestão de Gil e Danilo, de uma cirurgia craniana conhecida como trepanação.


2 – A banda assumiu uma postura sonora e visual inspirada nos primórdios dos anos 80. Com uma tendência de algumas novas bandas seguirem também isso, vocês não temeram ficarem estigmatizados como seguidores de moda, de se sentirem datados? 

R – Bom, sobre a postura da banda é simples: nós ouvimos e nos inspiramos nas várias vertentes do metal que têm compromisso com o underground sejam de qualquer época. Mas no caso do thrash metal, preferimos o som cru e rápido dos primórdios, em vez das fusões que se tornaram até mais comuns (misturas com "industrial", "new", "groove" e outras invenções que as bandas passaram a chamar de thrash metal). É diferente do desenvolvimento que tiveram o black e o death, por exemplo, com inovações interessantes (e outras não) no decorrer do tempo. Este resgate é interessante para o caso do thrash metal, tentar uma evolução a partir de onde não se deveria ter parado. De qualquer forma, outros elementos também se refletem em nosso som, e alguns ouvidos mais atentos já perceberam e nos deram um retorno sobre isso. Só temos a agradecer. Não procuramos seguir fórmulas cegas, nem fazer uma cópia genérica. Fazemos um som no ano atual inspirados pelo som que vale ser exaltado.


3 – As musicas da banda são empolgantes. Como tem sido a reação do publico ao longo dos shows já feitos? 

R – São as melhores reações que poderíamos esperar, pois a cada show vejo o publico curtindo e cantando junto. Em algumas músicas, cantam até a letra completa, em outras, o refrão, e isso acaba tornando os nossos shows ainda mais empolgantes e as vezes até surpreendentes.

4 – Nota-se que a banda compôs musicas no nosso idioma e no inglês. Faz parte da proposta da banda? No futuro, continuarão assim ou se fixaram em apenas um idioma? 

R – Cantar nos 2 idiomas hoje, sim, faz parte da proposta da banda, porém a maioria das músicas é em português e não vemos porque alterar isso. É uma forma de homenagear a cena brasileira que tanto influencia a banda.


5 – Fale-nos sobre a temática lírica da banda. 

R – Falamos sobre o caos e a existência, a destruição sempre iminente, os prazeres mórbidos, as crenças vazias, as conquistas primitivas e a exaltação do underground.


6 – Uma nova geração de bangers vem surgindo e aderindo ao movimento “old school”. Oque a banda acha disso? Como todo movimento cultural é cíclico, acha que esse revival pode durar ou passar novamente por um período de ostracismo? 

R – Não encaramos oldschool como um "movimento". É fato que muitas bandas antigas, até extintas, estão sendo mais valorizadas hoje do que na época em que estiveram na ativa. E isso é válido, se não houver banalização. O que não se deve é fechar os olhos para as excelentes bandas que não se enquadram nesse período, mas que também contribuíram em som e postura. Também não se deve achar que qualquer coisa gravada nos anos 80 é mais importante que uma gravação atual. Eliminando essas distorções que às vezes parecem existir por aí, vemos esse resgate como definitivo. É reconhecer nas bandas pioneiras o valor que elas sempre tiveram.


7 – A cena de Salvador tem ficado sem bons espaços para tocar, e o publico tem escasseado em alguns eventos. Quais idéias vocês poriam em pratica ou sugeririam para que isso seja contornado? 

R – Hoje, organizamos eventos nos espaços que temos. Não enxergamos solução imediata, pois muitas casas fecham as portas, mas sobre a quantidade de público, uma ideia seria combinar as datas em conjunto com outros produtores. Há fins de semana que não tem nenhum show, mas na semana seguinte tem dois que dividem o público. Poderia haver uma união dos produtores onde todos poderiam sair ganhando. Mas o caso é mais complexo, vemos shows de bandas internacionais com pouco público, e olhe que shows desses são raros por aqui. Por outro lado, a cena do interior e da região metropolitana vem produzindo bons eventos que merecem ser conferidos.


8 – A banda lançou recentemente a primeira demo, intitulada “Surra”. Como tem sido a receptividade? Por que apenas 3 faixas? 

R – Inicialmente seriam 5 faixas, mas pelo andamento das gravações, preferimos apenas lançar as 3 que saíram mais próximas do que pretendíamos. Pelos comentários dos bangers e pelas resenhas que lemos, a recepção tem sido boa, recebemos muito apoio, e ouvimos também as críticas para melhorar no que for preciso.


9 – Quais os planos da Trepanator para o futuro? 

R – As propostas para esse ano são gravar o novo material, que é um EP com 5 faixas, e fazer algumas datas pelo interior da Bahia.


10 – Valter, obrigado pela atenção. O espaço final é seu. 

R – Gostaria de agradecer a todos os amigos e apoiadores do Trepanator, aos headbangers que comparecem aos eventos, e principalmente a você, Valmar Oliveira, pelo espaço e pela paciência. Obrigado e continue sempre com esse trabalho que é muito foda.

Fonte: (Reidjou)


Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...